Quando cheguei aqui, morei por 2 semanas num hotel, pago pela agência. E não é nada fácil procurar uma moradia nesse curto espaço de tempo, num lugar que você nunca esteve antes.
Ainda no Brasil procurei pela internet fotos, localizações legais daqui de Dallas. Quando vi o lago White Rock Lake, pensei: é aqui que vou morar! Um lugar cheio de árvores, lugar pra praticar exercícios (como se eu fosse praticar), lugar para pescar (como se eu soubesse pescar) e um lugar pra nadar no verão (como se fosse permitido nadar). No meu primeiro sábado em Dallas peguei um táxi pra procurar moradia na região. O lago tem 15 km de extensão, então imagina se foi fácil. Em cada condomínio eu pedia pro taxista parar. Impressionante como só dirige táxi aqui quem é da Etiópia. E o inglês de um etíope é incrivelmente impossível de entender. Imagine uma pessoa falando a língua amárica, que é uma linguagem semítica (mesma classe do árabe, hebraico e o caraio a 4). Lembrando sempre e sempre que meu inglês é horrível. Então você consegue entender como foi boa e fluente a conversa.
Em cada condomínio a gente parava pra ver os preços. Eu olhava apartamentos, gostava, não gostava. E foi seguindo o dia e o taxímetro. Eu aproveitava pra perguntar pro etíope algumas dúvidas sobre Dallas, cogitar preços de carros, pra ter idéia... Em um lado do lago as casas são lindas, mansões, condomínios elegantes. Do outro lado é o oposto. Casas baratas, feias, condomínios despencando. Logicamente que o bonitão aqui, com a idéia de economizar, foi procurar por essa região. Depois de várias andanças pela parte pobre do lago, depois de olhar e ver que ali seria um lugar ótimo pra morar, mas apenas se eu estivesse nos EUA ilegalmente, se conduzisse um carro com neon embaixo e um exibisse um bigodinho no rosto, resolvi dar uma olhada na parte chique. Era impressionante como os números do taxímetro mudavam rápido.
Não tinha muita opção de apartamento por lá. A maioria das moradias era de casa, estilo americano, uma igual a outra, sem muros, crianças ranhentinhas correndo pra lá e pra cá, um senhor fazendo um delicioso churrasco - o básico de hamburger - Foi aí que vi o condomínio que queria morar. Era ali. Lindo. De frente pro lago. Perfeito. Foi amor a primeira vista. Ordenei pro tio que estacionasse na porta pra eu obter informações. Em alguns lugares de Dallas, os condomínios são abertos. Você pode entrar e vagar lá dentro sem ser apurrinhado por ninguém. E meu futuro lar seria assim... Era incrível!!!
Fomos direto pra entrada do escritório que administra o paraíso. Entrei e não tinha um ser vivo lá dentro... Andei pelos corredores e nada. Era um sábado e provavelmente aquele escritório só trabalhava de segunda a sexta. Bando de vagabundos! Dei uma rodeada por ali e decidi voltar pro táxi. O taxista também havia amado aquele lugar. Acho que ele também pensava na hipótese de um dia viver ali. E insistiu para que conseguíssemos informações. Já disse que o condomínio era lindo? Pois é, era! E nessa busca de carro que fizemos lá dentro, fiquei mais apaixonado ainda......Parece que até campo de golf tinha (como se esse esporte me interessasse em alguma coisa). Encontramos um senhor, na boa vida. Estávamos dentro do carro e o etíope resolveu perguntar se ele gostava de viver ali. "SIM". Se a qualidade de vida era boa ali. "SIM". Eu não conseguia ver a cara do sujeito e vice e versa, porque ele permanecia em pé ao lado do motorista. Quando o taxista perguntou se era caro, já que o o passageiro em questão gostaria de viver ali, o sujeito abaixou, meteu a cara para dentro do carro, me encarou e senti que ele se assustou e segurou o riso. Sei lá, essa foi a impressão que eu tive. Já fiquei pensando ...."Será que ele acha que não tenho cacife para viver aqui?!" Enquanto eu pensava ele cortou meus pensamentos ....."Olha, caro eu não sei se é. Mas, pra você vir pra cá, você vai precisar esperar um tempinho ainda. Aqui é um asilo!"
E lá voltei eu pro hotel, sem casa, sem dinheiro, pois o táxi me quebrou, e sem moradia certa. Bom, pelo menos para os próximos 40 anos!
sexta-feira, 27 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
White Trash Taxi
Bom... Depois de umas brigas carnavalescas com o famoso bonde (ainda tenho outras histórias pra contar sobre esse amigão) e depois de problemas incríveis com a(s) bicicleta(s) (contarei a história também), resolvi que precisava de um carro. 6 meses vivendo de bonde, bicicleta e carona. Complicado. Mas ia levando... As coisas aqui são muito longe. Imagina você querer comprar um tênis, só que você mora no Grajaú e a loja mais perto é no Arujá. Como o transporte público praticamente inexiste, e o pouco que existe me odeia, a solução era comprar um carro. Não tinha saída. Ainda mais quando não consegui ir a um jogo de pôquer porque não tinha carona, aí vi que estava perdendo oportunidades de negócios. 6 meses depois de chegar em Dallas, lembrava daquele velho amigo argentino dependente veícular me falando que era impossível. Fazer o que?
Soube que a Volkswagem tinha um plano pra estrangeiro. Como estava iniciando do zero aqui, meu crédito estava mais baixo que o cabelo do meu pai, que é careca. Como não tinha dinheiro pra dar entrada num carro, o ideal era entrar nesse plano.
Consegui uma carona pra ir até a loja. Percebi como um caroneiro é inconveniente, porque o motorista mal esperou eu sair do carro pra arrancar e me deixar lá sozinho. Ok! Se eu já não sair guiando hoje, volto de táxi.
Dei uma verificada de preços na volks, fiz um test-drive. Saí da loja por volta das 19h48. Aproveitei que tinham outras concessionárias, de outras marcas próximas e fui dar uma olhada aqui e ali. Nada me agradou e já eram mais que 20h, todas as lojas haviam fechado. A avenida ficou numa penúmbra. Precisava pegar um táxi pra voltar pra casa, mas nada. 30 minutos de espera e nada de passar um mísero táxi. Que saudades do bonde. A solução foi caminhar, procurar alguma porcaria aberta pra ligar pra alguma companhia de táxi. Mas tudo estava realmente fechado. 1 hora depois acho um posto de gasolina. E um táxi parado lá. Amarelo. Pronto pra me levar ao meu lar. Eu estava doente. Com febre, gripe e início de amigdalite. Louco pra chegar em casa e desmaiar. Só faltava o taxista! Por volta de 15 minutos nada dele aparecer. Eu já cogitava entrar no carro e ir embora mesmo assim.
De repente saí da loja um ser. Uns 150 kg. Uns 2 metros de altura. Barba até o peito, cabelo lembrando uma vassoura de piaçava, e que ia até a metade das costas. Um famoso White Trash.
Deixe me explicar o que é White Trash: são aqueles americanos, mais americanos de todos americanos. Patriotas. Vivem em Trailers. A maioria participou de alguma guerra ou o pai. São completamente racistas, preconceituosos. Odeiam o resto do mundo, inclusive os americanos que não são White Trash (tradução literal é lixo branco). São pobres e odeiam gente rica. Você já deve ter visto, naqueles programas policiais americanos, onde sempre tem aqueles barracos de família ou vizinho. Pra você ter alguma noção do que é, veja as fotos abaixo. E acompanhe a história a seguir.

Soube que a Volkswagem tinha um plano pra estrangeiro. Como estava iniciando do zero aqui, meu crédito estava mais baixo que o cabelo do meu pai, que é careca. Como não tinha dinheiro pra dar entrada num carro, o ideal era entrar nesse plano.
Consegui uma carona pra ir até a loja. Percebi como um caroneiro é inconveniente, porque o motorista mal esperou eu sair do carro pra arrancar e me deixar lá sozinho. Ok! Se eu já não sair guiando hoje, volto de táxi.
Dei uma verificada de preços na volks, fiz um test-drive. Saí da loja por volta das 19h48. Aproveitei que tinham outras concessionárias, de outras marcas próximas e fui dar uma olhada aqui e ali. Nada me agradou e já eram mais que 20h, todas as lojas haviam fechado. A avenida ficou numa penúmbra. Precisava pegar um táxi pra voltar pra casa, mas nada. 30 minutos de espera e nada de passar um mísero táxi. Que saudades do bonde. A solução foi caminhar, procurar alguma porcaria aberta pra ligar pra alguma companhia de táxi. Mas tudo estava realmente fechado. 1 hora depois acho um posto de gasolina. E um táxi parado lá. Amarelo. Pronto pra me levar ao meu lar. Eu estava doente. Com febre, gripe e início de amigdalite. Louco pra chegar em casa e desmaiar. Só faltava o taxista! Por volta de 15 minutos nada dele aparecer. Eu já cogitava entrar no carro e ir embora mesmo assim.
De repente saí da loja um ser. Uns 150 kg. Uns 2 metros de altura. Barba até o peito, cabelo lembrando uma vassoura de piaçava, e que ia até a metade das costas. Um famoso White Trash.
Deixe me explicar o que é White Trash: são aqueles americanos, mais americanos de todos americanos. Patriotas. Vivem em Trailers. A maioria participou de alguma guerra ou o pai. São completamente racistas, preconceituosos. Odeiam o resto do mundo, inclusive os americanos que não são White Trash (tradução literal é lixo branco). São pobres e odeiam gente rica. Você já deve ter visto, naqueles programas policiais americanos, onde sempre tem aqueles barracos de família ou vizinho. Pra você ter alguma noção do que é, veja as fotos abaixo. E acompanhe a história a seguir.

Perguntei pro homem se ele estava trabalhando, porque precisava que me levass... ENTRA LOGO, disse o senhor muito bem educado, me interrompendo. No carro não fala uma palavra. Eu falo a rua pra me guiar. Continua mudo. Percebo depois de alguns kms que o taxímetro não está ligado. Pergunto educadamente se ele não ligará. Eu juro por Deus que não entendi uma palavra do que ele dise. Parecia um cachorro latindo, com problema sério estomacal. A voz era estupidamente grossa. Imagine o cantor do Sepultura depois de uma forte tosse. Ele disse só três palavras. E eu fiquei longe de entender qualquer uma delas. O caminho inteiro foi aquela tensão. Eu não entendi o que ele falou, já pensando que as três palavras seriam "você foi sequestrado", ou "são 200 dólares", mas na verdade era "você se fudeu". Depois de um longo caminho, reparei que estávamos mesmo indo pra minha casa. E dei uma dica simples, dizendo que se ele entrasse naquela rua, pegaria um atalho e mais uma vez fui interrompido. Dessa vez praticamente latiu, uivou e rosnou. Me disse uma série de palavras, ríspidas. Fudeu, pensei. Não entendia porra nenhuma. Nenhuma palavra. Nada. Num meu humilde "Sorry?" ele falou com a mesma raiva, mas compassado onde eu consegui entender: "EU ESTOU DANDO A PORRA DA CARONA DE GRAÇA E VOCÊ AINDA QUE ME DAR AULA DE DIREÇÃO?". Eu só respondi: Meu prédio é aquele do outro lado da rua, obrigado.
E lá fui eu caminhando mais uns 2 km até minha casa.
E lá fui eu caminhando mais uns 2 km até minha casa.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Um amigo chamado Bonde!

Bom... Cheguei aqui em outubro de 2007, com a idéia de guardar dinheiro e voltar rico pro Brasil. Idéia tonta de início, porque teria que trabalhar 600 anos aqui pra voltar com uma boa bufunfa! Bom, mas no começo realmente pensei em não gastar dinheiro com o que eu não precisava.
Quando perguntei como era viver em Dallas, pra um amigo, antes de vir pra cá, ele disse entre outras coisas que eu iria precisar de carro. "O transporte público praticamente não existe"... "Você vai ter que comprar um carro, impossível viver lá sem". Mas não... Eu queria provar que o que ele tava dizendo era somente uma conversa de um dependente veícular. Aqui tem um bondinho (Trolley) que circula Uptown e vai até Downtown, onde eu trabalho. Pronto. Quando conheci Uptown fiquei apaixonado, é ali que eu vou viver. Supermercado, barzinhos, baladas. Tudo ali e o melhor: o bondinho pra ir pro trabalho. Carro pra quê??? Comprei uma bicicleta (vou contar em outro post algumas histórias com a bicicleta - ou AS bicicletas) e pronto. Dois meios de transporte pra me locomover entre Uptown e Downtown. E os dois ajudavam na minha consciência naturalista atual.
Acordava, descia pro ponto do bondinho e ia embora. Muitas vezes o filho de uma mãe estava passando. E eu perdia esse. Esperava pelo próximo que tarda uns 20 minutos. Mas com ódio saindo pelas ventas. Fazer o quê? Mas eram questões de segundos que eu não conseguia entrar na porcaria. As vezes calculava o tempo (ele passa aqui na rua e posso vê-lo) para o próximo e descia as vezes com 5 minutos de antecedência e não é que o corno tava indo embora? Ele se antecipou a mim. Bonde filho da puta! Eu tinha uma briga particular com essa máquina véia. Ele não gostava de mim e eu não gostava dele. Mas só eu precisava dele. Então ele se achava na liberdade de me zoar quando queria.
Em Downtown, onde trabalho é o ponto final do meu "amigo" bonde, então o horário é rigoroso. Não tarda. Não se adianta. Pelo menos em teoria. E na prática funcionava com os outros, menos comigo.
Um certo dia, saí da agência e desci os dois quarteirões que separam o prédio do bonde. Eu estava adiantado. 2 minutos. E de longe via o bonde partindo. Eu imaginava a cara do maquinista, olhando pra trás, com um chifrinho de diabinho (como em Pica-Pau), dando uma risada irônica e falando: "vamos meu bondinho, jogue fumaça na cara dele, hehehehe". Eu calculei, vi que ele iria parar num semáforo. Comecei a corrida contra o tempo. Parecia um louco correndo na rua e segurando a mochila com o laptop. Enquanto corria vi que o semáforo abriu e ele não parou. Ok. Tem um semáforo logo em seguida e ele está fechado. Nesse eu alcanço. Pode apostar. Corri feito um guepardo. Cheguei no bonde e quando fui avisar o maquinista, o %$@# do semáforo abre. E lá se vai o bonde em seu caminho. Ok. Tem um semáforo logo em seguida e ele vai estar fechado. SE DEUS QUISER. E estava. Me senti correndo em câmera lenta... olhando a linha de chegada, a torcida gritando, agitando bandeiras escritas com meu nome, as crianças sorrindo... Atravesso a rua, já estou paralelo ao bonde, já consigo ver uma mulher olhando pra mim, sorrindo, um senhor olhando assustado. Chego na parte da frente e dou uma batidinha no vidro, pro maquinista abrir a porta. O colega está com um ipod no ouvido e não repara, nisso o semáforo abre e o bonde se vai. Eu já estava cansado, morto, suado (estava uns 10 graus), não iria aguentar correr mais atrás do amigão. A solução foi caminhar até o próximo ponto e esperar. 30 minutos depois lá está ele. Brilhando!!! Sorrindo pra mim! Estou no ponto, não tem mais como fugir de mim! Já estou dentro, esperando e partiu! Meio quarteirão depois o bonde pára. O maquinista diz que o bonde está com um problema e teríamos que esperar uns 20 minutos! Mas o meu inglês foi suficiente pra entender: "Paramos pra fazer o Alê de tonto". E estava na frente de uma lanchonete. Como era a hora do almoço (nesse dia o trabalho era só meio expediente), é ali que iria comer.
Enquanto como, observo o bonde parado. E logo outro parou atrás e outro. Um congestionamento de bondes. Eu teria bonde a dar com balde, não precisaria correr, suar. Pedi a conta rápida, pra pegar pelo menos um deles. Mas não adianta! Quando finalmente paguei a conta os três bondes partiram ao mesmo tempo em fila indiana. Adeus! Eu já nem sentia mais raiva. Já tinha acostumado com as palhaçadas desse transporte traiçoeiro. A solução foi andar até o próximo ponto... E adivinha onde era? Na porta da minha casa.
A carne voadora e a travessa autolimpante!
Bom... Como estou aqui têm 9 meses, vou contar as histórias meio que aleatórias e não por ordem cronológica. Eu já havia morado em Chicago por 3 meses, em 2005. Saí da comidinha da minha mãe pra cair no submundo da comida degenerativa, assassina e entupidora de veias alheias. Conclusão: em Chicago, em 3 meses devo ter ganhado uns 10 kg. Era fritura, refrigerante, lixaiada o dia todo! Quando surgiu a proposta de emprego aqui e tal, prometi que não iria comer mais essas tranqueiras... Que ia me cuidar. Conclusão, desde que vim pra cá, emagreci quase 10 kg. Mas calma aí... Não foi nada tranquilo. Só sabia fazer macarrão com molho de tomate e pronto... E com o passar do tempo estou aprendendo algumas receitas e tentando executá-las, mas muitas vezes são as receitas que me executam. Ainda não sei fazer quase nada. Mas com fé consigo me alimentar!
Ontem inventei de fazer uma carne bonita, que encontrei no mercado. Corte texano, 2kg de carne bovina. Bora fazer no forno. Minha mãe me passa uma receita tranquila, simples. Fazer o pedaço de boi envolto em farinha de trigo.
Só um parênteses nessa história, pedi pra uma faxineira, depois de quase 2 meses ir pra minha casa fazer uma faxina geral... Nunca a casa esteve tão limpa (não sou uma pessoa que acumula sujeira, mas o chão da cozinha dava pra patinar, as paredes com respingos de molho de tomate, óleo etc)... Ou seja... estava um brinco!
Voltando para a comida de ontem. 1 hora e uns minutos no forno... Assando a bagaça... A fome explodindo, 11 da noite. O cheiro maravilhoso. Vamos ver como ficou... Tiro a carne com um pegador que tem duas faces, pra pegar em baixo e em cima. Com todo o cuidado do mundo vou subindo a carne com o pegador... já está quase no alto da pia, pra colocar na táboa. Com um simples passo de bailarina flutuante, a carne tenta sua última fuga. Foge do pegador, numa altura de 1 metro e meio e quica na pia e mais três quicadas no chão... Me lembrou muito aquela cena de 2001 - Uma Odisséia no Espaço, quando aquele ser primata joga um osso pra longe e a cena segue em câmera lenta. A única diferença entre a cena do filme e a cena da minha casa, é a carne no lugar do osso, porque o primata era o mesmo. Agora imagine uma carne de 2 kg, brincando com a gravidade, e voando por toda a cozinha. Lembre-se que ela estava envolta em farinha e lógicamente no sangue da carne. Parecia uma cena de homicídio. Fiquei com medo da polícia aparecer e eu explicar com meu inglês medonho que era apenas um boi morto ali!!
Antes de limpar a brincadeira, lembrei de uma coisa que minha mãe disse uma vez.... "Filho, pra tirar a comida grudada de uma panela ou assadeira você tem que jogar água quente. Lembre-se que grudou porque esfriou, se esquentar desgruda." Então aproveito esses dizeres, lógicamente invertidos e atrapalhados na minha fabulosa mente e coloco a travessa de vidro, quente, pelando, embaixo da torneira e tchum. A explosão foi questão de milésimos de segundo, nunca vi uma coisa ser explodida e impludida ao mesmo tempo!
Conclusão: o corno que criou essa Lei da Gravidade deve ser preso, mas a carne ficou deliciosa e não precisei me preocupar em lavar a travessa!!! Pelo menos isso!

Ontem inventei de fazer uma carne bonita, que encontrei no mercado. Corte texano, 2kg de carne bovina. Bora fazer no forno. Minha mãe me passa uma receita tranquila, simples. Fazer o pedaço de boi envolto em farinha de trigo.
Só um parênteses nessa história, pedi pra uma faxineira, depois de quase 2 meses ir pra minha casa fazer uma faxina geral... Nunca a casa esteve tão limpa (não sou uma pessoa que acumula sujeira, mas o chão da cozinha dava pra patinar, as paredes com respingos de molho de tomate, óleo etc)... Ou seja... estava um brinco!
Voltando para a comida de ontem. 1 hora e uns minutos no forno... Assando a bagaça... A fome explodindo, 11 da noite. O cheiro maravilhoso. Vamos ver como ficou... Tiro a carne com um pegador que tem duas faces, pra pegar em baixo e em cima. Com todo o cuidado do mundo vou subindo a carne com o pegador... já está quase no alto da pia, pra colocar na táboa. Com um simples passo de bailarina flutuante, a carne tenta sua última fuga. Foge do pegador, numa altura de 1 metro e meio e quica na pia e mais três quicadas no chão... Me lembrou muito aquela cena de 2001 - Uma Odisséia no Espaço, quando aquele ser primata joga um osso pra longe e a cena segue em câmera lenta. A única diferença entre a cena do filme e a cena da minha casa, é a carne no lugar do osso, porque o primata era o mesmo. Agora imagine uma carne de 2 kg, brincando com a gravidade, e voando por toda a cozinha. Lembre-se que ela estava envolta em farinha e lógicamente no sangue da carne. Parecia uma cena de homicídio. Fiquei com medo da polícia aparecer e eu explicar com meu inglês medonho que era apenas um boi morto ali!!
Antes de limpar a brincadeira, lembrei de uma coisa que minha mãe disse uma vez.... "Filho, pra tirar a comida grudada de uma panela ou assadeira você tem que jogar água quente. Lembre-se que grudou porque esfriou, se esquentar desgruda." Então aproveito esses dizeres, lógicamente invertidos e atrapalhados na minha fabulosa mente e coloco a travessa de vidro, quente, pelando, embaixo da torneira e tchum. A explosão foi questão de milésimos de segundo, nunca vi uma coisa ser explodida e impludida ao mesmo tempo!
Conclusão: o corno que criou essa Lei da Gravidade deve ser preso, mas a carne ficou deliciosa e não precisei me preocupar em lavar a travessa!!! Pelo menos isso!


Todo início tem início!
Meus camaradas, começo esse blog por incentivo da minha irmã, Karina Torres, jornalista e futura Gil Gomes. Crio essa joça pra contar algumas coisas zuadas que se passaram comigo aqui nesse fim de mundo. Moro em Dallas, Texas!! Nunca conheci uma cidade mais gringa que essa. Sabe aquelas pessoas que vimos em American Pie, Como perder um Homem em 10 dias, Lendas Urbanas e outros filmes de High School americanos? Com aquelas lindas loiras, bonecas, branquinhas, peitinho apontando pra lua e aqueles caras, cabelo batido e curto, camisa Pólo Rosa, brancos (reds necks), bombadinhos, estilinho quarterback! Então... São esses... Dallas é uma cidade com universidades ótimas... É basicamente aquilo que vimos nesses filmes. E é interessante ser um brasileiro, não falar inglês e ter um portunhol estranho, ter cabelo no peito (aqui são todos lisos ahahah)... Ou seja... fora dos padrões da gringaiada. Ir numa balada aqui é ir ver cenas incríveis. Mas isso é história pra um futuro post. Esse é só pra dar boas vindas e espero que se divirta com essa palhaçada toda. Eu pelo menos só tenho uma saída, dar risadas das coisas que só acontecem comigo aqui na América, além das complicações de comunicação, eu sou a pessoa mais atrapalhada do mundo!!
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